quarta-feira, 28 de março de 2007

ApologiaS. Plural.

O “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa” define a palavra apologia como um “discurso para justificar, defender ou louvar”. Por esta definição, nenhum título teria sido mais apropriado para o volume escrito por Platão para narrar o julgamento de seu maior professor, Sócrates. Nele, enquanto Platão certamente discursa tanto quanto Sócrates ou seus acusadores mesmo não tendo sequer uma palavra atribuída à sua pessoa em “Apologia de Sócrates”, podemos observar as três intenções previstas pelo dicionário.

Em termos concretos, o livro descreve como Sócrates se defendeu das acusações de ensinar o mal à juventude ateniense e de, basicamente, desonrar os deuses. Mas também funciona como uma defesa da filosofia socrática frente aos pensamentos sofistas da época, ao mesmo tempo em que louva a retórica, a ética e noção de verdade e justifica todos estes conceitos frente aos valores da época que permitiram a injusta condenação de Sócrates à morte.

Da mesma forma, neste blog através deste ano, buscaremos de diversas formas justificar, defender e louvar o pensamento socrático como ele é descrito por Platão e ainda analisá-lo, compará-lo e até mesmo criticá-lo. Afinal, nosso objetivo maior, além de ampliar o nosso conhecimento e aprofundar o nosso discurso filosófico, é levar a quem possa ler nosso blog um bom entendimento sobre a obra de Platão e a influência de Sócrates não apenas neste aluno específico, mas na filosofia Ocidental como um todo e ao longo do tempo.

Acho que posso falar por todos no meu grupo de pesquisa quando digo que ninguém dentre nós almeja se igualar a Platão, nem compartilhamos de seu objetivo quando este escreveu “Apologia de Sócrates”. Mas, ainda assim, se não iremos a todos os momentos defender e louvar Sócrates, pelo menos faremos o melhor dentro de nossas capacidades para justificar, se não o pensamento Socrático em si, o infinito valor da obra de Platão para o campo da filosofia.

Texto por Carlos Senna.

Nenhum comentário: